A Prefeitura de Maricá continua mobilizada no combate à Covid-19, seja por meio da vacinação como também realizando a testagem e medindo as sequelas da doença na população. Em andamento na sua terceira etapa, a pesquisa Sentinela Covid-19 recomeça nesta segunda-feira (06/06). O projeto é uma parceria da Secretaria de Saúde com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM).
Dos 1.155 domicílios que serão visitados nesta etapa, 385 são deste segundo ciclo – cada ciclo é feito num intervalo de 30 dias – e as equipes receberam o treinamento hoje (03/06). “O maricaense tem demonstrado muita receptividade aos agentes e, sobretudo, interesse em apoiar o projeto. É a verdadeira consciência de coletividade. Por isso, as equipes de campo são permanentemente treinadas para oferecer o melhor serviço e tirar as dúvidas que surgem nas visitas”, explica o coordenador da pesquisa, o biólogo Carlos Senna, durante as orientações.
O diretor-presidente do ICTIM considera, ainda, que a continuidade da pesquisa Sentinela Covid-19 Maricá foi uma estratégia do governo municipal visando possíveis surtos futuros. “Tivemos a certeza de que era necessário continuar com esse projeto, mesmo com a vacinação porque se tornou uma ferramenta importante no estudo das síndromes gripais, como as sequelas da Covid-19 e a Influenza A e B. É com essa pesquisa que podemos deliberar ações de enfrentamento de surtos, endemias ou epidemias futuras”, ressalta Celso Pansera.
“Foi identificado um grande impacto funcional aos que se recuperaram da doença, especialmente aqueles que necessitaram de internação em CTI, acometendo os sobreviventes de todas as idades. Observou-se incapacidade prolongada e os efeitos secundários de disfunção muscular, fadiga, dor e dispneia”, explica o médico infectologista e subsecretário de Saúde de Maricá, Marcelo Velho.
Cada equipe é composta por um agente social (entrevistador do Comitê de Defesa dos Bairros), um coletor (técnico/profissional da saúde que realizará os exames), um agente comunitário de saúde e um motorista. Nas visitas, são realizados exames PCR (swab nasofaríngeo) e sorológico (coleta de sangue).
Como entender a pesquisa
Em cada residência sorteada, será escolhido um morador acima de 18 anos com data de aniversário futura mais próxima ao dia da visita, como aconteceu nas primeira e segunda fases. Os benefícios que essa pesquisa por amostragem trará para Maricá serão visíveis nos próximos anos, como destaca Amilcar Tanuri, chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador técnico da pesquisa Sentinela Covid-19 Maricá.
“Vamos estudar a circulação deste vírus na cidade e tentar analisar as cepas. Isso vai nos indicar a eficácia das vacinas de gripe na cidade. Além disso, o estudo pode ajudar a fazer a priorização das pessoas a serem vacinadas no futuro”, afirmou.